É cada vez mais comum ouvir sobre como é importante ficar de olho na saúde mitocondrial. Mas por quê?
Mitocôndria é a organela responsável pela formação de energia nas células.
Dentro da mitocôndria ocorrem reações químicas complexas, que convertem açúcares e gorduras em uma forma de energia que a célula pode usar para realizar suas funções vitais. Essa energia é o ATP (adenosina trifosfato).
O ATP é usado pelas células para realizar processos como a contração muscular, a síntese de proteínas e a divisão celular.
A mitocôndria ainda desempenha outras funções importantes, como a regulação do metabolismo celular, a síntese de alguns componentes celulares e a apoptose (morte celular programada).
Entenda a fadiga crônica
A síndrome da fadiga crônica (SFC) é caracterizada por uma fadiga profunda, que não é aliviada pelo descanso, nem quando dedicamos um dia inteiro para 'tirar o atraso do sono'.
A fadiga é um somatório de consequências, como sedentarismo, estresse, alimentação, e geralmente afeta pessoas que não necessariamente praticam atividades físicas intensas.
Sintomas típicos:
fadiga extrema
dor de cabeça constante ou episódios de enxaqueca que não cessam
dor muscular e nas articulações
problemas de memória e concentração
névoa mental
distúrbios do sono (não incomum é incomum a pessoa tentar descansar, mas o cérebro não "desligar", piorando o caso
dor de garganta
nódulos linfáticos inchados
sensibilidade à luz, ao som e a cheiros.
Algumas pessoas com síndrome da fadiga crônica relatam que suas atividades diárias são limitadas, mesmo motivados a realizarem suas tarefas, devido à fadiga e sintomas associados
Qual a relação entre saúde mitocondrial e fadiga?
Sabendo que a mitocôndria é responsável primária pela produção de energia que todas as células do nosso corpo usam, há uma relação direta entre a síndrome da fadiga crônica e a saúde mitocondrial.
Alguns estudos mostraram que as células de pacientes com fadiga crônica apresentam anormalidades na estrutura e função mitocondrial, que resultam na redução da produção de energia, no aumento da produção de radicais livres e na diminuição da capacidade antioxidante do nosso corpo, literalmente deixando ele intoxicado e inflamado de forma crônica.
Você provavelmente conhece alguém (ou já passou por isso) que, devido ao trabalho, estudo e atividade mental excessiva (preocupações, metas, tarefas), de repente, sentiu-se sem energia para fazer o que precisa.
É uma fadiga descrita como essa que mencionei acima, onde, mesmo que você esteja com a rotina organizada, motivado a seguir com seus planos, você começa a esquecer palavras, embaralhar as informações, não ter energia ou paciência para resolver pequenos problemas do dia a dia. Seu sono fica afetado e não há energético ou café que resolva.
Se observar a atividade mental que você tem, ela é muito mais intensa que a física, certo?
Ou então, o mesmo exemplo acima, mês neste caso com atividades físicas muito intensas, porém, com a alimentação aquém do que deveria, sem acompanhamento nutricional e provavelmente sem conseguir adequar os nutrientes que você precisa repor, com o desgaste que está tendo. Isso pode também acontecer com quem tem a rotina intensa, faz atividades físicas regulares e está sob dieta restritiva há bastante tempo. Infelizmente, é o caso da grande maioria das pessoas.
Como melhorar a saúde mitocondrial
Organize o volume semanal de atividade física --ou fique sem treinar alguns dias e semanas;
Fazendo adequação nutricional;
Suplemente nutrientes que estão faltando.
O que pode ajudar você a melhorar a função mitocondrial e combater a síndrome da fadiga crônica:
- Coenzima Q10 (CoQ10): é essencial para a função mitocondrial. A substância pode melhorar a produção de energia por auxiliar na diminuição da produção de radicais livres e também reduzir os danos oxidativos nas células.
- Antioxidantes: protegem as células do estresse oxidativo, que pode danificar as mitocôndrias por conta da maior produção de radicais livres. Alguns exemplos de antioxidantes por via de suplementação que podem ser benéficos para a saúde mitocondrial são a vitamina C, a vitamina E, glutationa, ácido alfa-lipóico e resveratrol (este reconhecido e muito estudado como sendo um dos melhores antioxidantes da natureza).
Dieta saudável: uma alimentação rica em nutrientes essenciais como vitaminas do complexo B, magnésio e zinco pode ajudar a manter a saúde mitocondrial. Além disso, reduzir o consumo de açúcar e gorduras saturadas pode reduzir a produção de radicais livres e o estresse oxidativo nas células. A dieta low carb tem sido relatada como uma excelente opção na fase inicial do tratamento.
Exercício físico: estimula a formação de novas mitocôndrias. Os músculos (incluindo o coração) são as partes do nosso corpo que mais possuem mitocôndrias por células. Uma única célula muscular é capaz de ter até 5 mil mitocôndrias. Coração e músculos precisam que a saúde mitocondrial esteja em dia, além disso, fazer reposição de novas mitocôndrias quando as células estão enfraquecidas ou em morte programada (apoptose). Por isso, o exercício físico tem papel fundamental na saúde da mitocôndria. Porém, como falei antes, é imprescindível que a atividade física esteja aliada a uma alimentação e suplementação adequadas, caso contrário, você enfraquece ao invés de fortalecer a biogênese mitocondrial.
Soroterapia para combater a fadiga?
Provavelmente, você deve ter visto que a soroterapia vem aumentando sua atuação nas clinicas e hospitais, isso por que alguns protocolos antifadiga ou de saúde mitocondrial se utilizam de grandes frações suplementares desses nutrientes acima, só que feitos por via endovenosa, em vez de via oral.
Isso se explica pelo fato de que muitos pacientes, ao ingerir o suplemento ou o alimento, não estão conseguindo absorver adequadamente tais nutrientes devido a condições patológicas associadas, como uma gastrite, intolerâncias alimentares, alergias e disbiose de diferentes graus, indicando doenças intestinais.
A abordagem endovenosa diminui os riscos de má absorção, já que o soro leva os nutrientes diretamente à corrente sanguínea.
Vale ressaltar que, independente da via, ou de como está o seu caso, você deverá consultar-se com um médico e nutricionista para fazer as devidas adequações de rotina e alimentação.
Comments